segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pipocão: Esquadrão Suicida


Batman VS Superman foi um fiasco. Foi basicamente como aquele encontro, que um amigo ou amiga arranja pra você, com algum amigo ou amiga dele, e seu amigo descreve a pessoa como a mais linda e cheirosa do mundo, e você já vai com a Chloe Grace Moretz na cabeça, e quando chega a pessoa mais parece a Regina Casé.

Independente de ser menino ou menina.

É.

Então, depois da canoa furada que esse filme acabou sendo, estávamos esperançosos que Esquadrão Suicida fosse o filme que mostraria a que a DC veio, e que elevaria seu status no cinema. É como se os filmes de super herói fossem um jogo de pôquer, e todas as nossas fichas estavam apostadas em Esquadrão Suicida.

E nós perdemos tudo. Apostamos todas as fichas e saímos da mesa sem nem uma paçoquinha.

Sim, caso você não tenha entendido dessa introdução longa e completamente desnecessária, 
Esquadrão Suicida também foi um fiasco gigantesco.  E hoje eu estou de volta, dando minha opinião que ninguém pediu sobre esta perola da sétima arte.

E eu sei que a essa altura, ninguém tá mais nem aí pra esse filme, mas vou dar minha opinião nele de qualquer jeito.

Só lembrando que não sou nenhum especialista em cinema. Sou só um desocupado que gosta de expor sua opinião completamente dispensável na internet, então nem venha xingar nos comentários, ok?

Oh, deus. Vamos acabar logo com isso.

Ok, Esquadrão Suicida. O que há de errado com ele?

QUASE TUDO, DIGA-SE DE PASSAGEM, mas vamos por partes.

"Coringa! Volta Aqui, seu miserável! eu sei que
você comeu minha tia!"

Ok, qual a premissa?

Tudo mudou depois de Barman VS Superman,  e o governo não sabe ao certo como lidar com o novo cenário que surgiu após a morte do kryptoniano, com evidências da existência de meta-humanos surgindo por todo lado. Nesse cenário, surge Amanda Waller, Com o plano de criar uma força tarefa composta de criminosos condenados altamente instáveis, que seriam persuadidos a participar de missões secretas. Para a equipe, ela recruta Pistoleiro, Arlequina, Crocodilo, Capitão Bumerangue, El Diablo, Amarra e Magia, que ficam sob a guarda de Rick Flag e Katana. No entanto, Magia sai do controle e ameaça destruir o mundo, sendo a Força Tarefa X a única esperança que resta.

De certo, a premissa é boa. Um bando de desajustados e juntando para enfrentar uma ameaça em comum é bem interessante e já gerou belas obras, como, por exemplo, Guardiões da Galáxia. E aqui o potencial é ainda maior, pois se tratam de vilões de fato, e isso nos permitiria conhecer mais facetas desses personagens, que geralmente só tem um papel fixo e são mostrados só do ponto de vista do herói. No entanto, um filme com essa premissa tem que ter um certo balanço entre os personagens, para que todos tenham destaque e possam brilhar igualmente, e esse é um dos maiores erros do filme. Não existe balanço, pois o filme foca demais no Pistoleiro e na Arlequina e não dá praticamente nenhum tempo de tela para os outros personagens.

Pra você ter uma ideia, só vemos o capitão bumerangue arremessar DOIS BUMERANGUES O FILME INTEIRO!

Pois é.

E não para por aí. Crocodilo e Katana, dois personagens com muito potencial, são quase completamente ignorados e o Amarra é, possivelmente, o maior bucha de canhão da história do cinema, já que ele só aparece pra ser morto e servir para demonstrar o que acontece se os outros tentarem fugir. Sério, essa é a única função dele no filme.

O único personagem além de Pistoleiro e Arlequina que recebe algum desenvolvimento é El Diablo. Vemos o que aconteceu antes dele ser preso e porque ele sente tanta culpa e tanto receio em usar seus poderes. De fato, é um dos personagens mais bem aproveitados do filme, e um dos únicos com quem você talvez se importe no final.

E tem o Coringa, que só apareceu no filme pra atrair público e encher lingüiça.

Sabe que que é isso aqui, minha filha? Isso aqui é
pra amolecer pinto. Isso aqui cai pinto. Isso é o lico
que você passa na cabeça do pau...

Sério. O Coringa não precisava estar nesse filme (exceto em flashbacks). O personagem aparece pouco, sua participação no filme é corrida e forçada e a relação dele com a Arlequina é extremamente descaracterizada.

Permita-me explicar: nos quadrinhos o coringa é bastante abusivo com a Arlequina. Diferente do que as fãzinhas abiloladas pensam enquanto suspiram pelo Heath Ledger, ele não a “ama”, ele só a vê como um brinquedo, um meio de diversão. Ele ferrou com a mente da menina e com qualquer chance dela ter uma vida normal por pura diversão, e quando cansa dela, simplesmente a ignora e procura outra coisa pra fazer.

Aqui, não. A relação deles é de amor sincero (ou ao menos parece ser) e ele passa metade do filme tentando resgatá-la, e é só a isso que sua participação se reduz. Ficou uma coisa extremamente descaracterizada, forçada e que, eu suponho, não agradou muito os fãs.

O roteiro não é nada especial. É fraco, cheio de clichês e tão previsível que até aquele seu sobrinho ranhento de cinco anos vai adivinhar o que acontece no final. E o roteiro descamba bastante mais perto do final do filme, já que toda aquela ideia de que qualquer um pode morrer, que eles são descartáveis e que nenhum deles é confiável desaparece e é substituído por um clima de “somos uma família, vamos cuidar uns dos outros”, o que é forçado pra caralho, já que estamos falando de supervilões aqui, e eu não acho que eles se arriscariam pra salvar o rabo uns dos outros. Não temos nada empolgante ou mesmo novo aqui, apenas um filme “assistível”.

Os vilões do filme (Magia e seu irmão demônio de sei lá quantos anos de idade) também são dispensáveis. Eles não recebem desenvolvimento algum e estão ali só para que a equipe tenha algo pra enfrentar. São como um Boss final de um videogame muito genérico.

Outra coisa da qual tenho que comentar é a edição. Como Batman VS Superman, essa película sofreu muitos cortes e muitas cenas foram retiradas (incluindo algumas com o Coringa, o que talvez explique porque o personagem parece tão forçado e descaracterizado no filme), o que com certeza prejudica o ritmo e o entendimento e cria furos.  E eu aposto com vocês uma caixa de paçoquinhas que, daqui a uns nove meses, lançam uma super mega ultra ultimate blaster versão 2099, com todas as cenas excluídas. E eu não sei vocês, mas acho que essa tendência da Warner de cortar um monte de cenas dos filmes e vender versões “completas” em DVD depois é preocupante. É mais ou menos como quando algumas desenvolvedoras de Games pegam conteúdo que já está no disco, mas é inacessível ao jogador, e vendem por DLC. Esperemos que eles parem com essa prática antes que se torne nociva.

MAS QUEM FOI O DESGRAÇADO SEM
CORAÇÃO QUE CORTOU ESSA CENA?
O mais triste é que aqui não temos atores ruins e nem personagens ruins (exceto no caso dos vilões, do amarra e do coringa), apenas mal aproveitados.  Will Smith não me impressionou como pistoleiro, mas acho que fez uma boa performance e que ele funciona bem no papel. Margot Robbie também faz uma ótima arlequina, transmitindo todo o carisma e a sensualidade (por que não?) da personagem. Karen Fukuhara, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Cara Delevigne e Joel Kinnaman (O Robocop do José Padilha, caso não se lembrem) também estão bastante adequados nos seus papéis (respectivamente: Katana, Crocodilo, Magia e Rick Flag) e mostram bastante potencial, que é obviamente desperdiçado. Jay Hernandez interpreta bem El Diablo e transmite toda a dor e culpa do personagem. E eu devo dizer que me impressionei bastante com Jai Courtney, o qual eu geralmente considero um péssimo ator, mas ele fez uma performance realmente boa do Capitão Bumerangue. O personagem é bastante divertido e Courtney ficou irreconhecível no mesmo, tanto que, na primeira vez que o vi nos trailers, nem sabia que se tratava deste ator. Pena que também seja desperdiçado.

Pra não rolar excesso de Arlequina, aqui uma
foto da katana. Porque Katana é amor.

A personagem mais bem interpretada do filme com certeza é Amanda Waller, que é interpretada pela atriz Viola Davis. Quem assistiu a série How to Get Away With Murder sabe que a atriz tem o porte e a imponência ideais para a personagem, e ela realmente transmite respeito como Amanda Waller, deixando claro que não hesita em fazer nada para atingir seus objetivos. Acho que até dá pra dizer que ela está interpretando Anneliese Michael de novo, mas ela faz isso muito bem, então não dá pra reclamar.

O Coringa de Jared Leto é outro desperdício. Eu já disse o quanto a aparição do personagem foi corrida e forçada, então não direi muito mais. Mas é difícil julgar o ator, que não teve muito tempo de tela e teve boa parte de suas cenas cortadas, além das alterações no próprio personagem. Fica difícil saber até onde Leto tem culpa. Se ele vai ser um bom coringa futuramente, só o tempo dirá.

Agora que tiramos uma avalanche de bosta do caminho, vamos falar dos (poucos) aspectos bons do filme.

Como, por exemplo, essa cena. Esses 50 segundos
foram melhores que o filme inteiro.

Bem, eu já falei como o roteiro do filme é fraco e dispensável, mas acho que o ritmo do filme funciona bem. Veja, o roteiro é corrido e sem capricho, mas tem um ritmo agradável e boas cenas de ação e não é chato de assistir. As cenas de ação são boas e não são tão distantes umas das outras e o filme não se arrasta mais do que deveria.  É como um Big Mac requentado: não tem sustância alguma, mas na falta de algo melhor pra comer, é uma boa pedida.

E a trilha sonora é muito boa. As músicas são boas, bem escolhidas e casam bem com o ritmo do filme e com as cenas em que aparecem, além de empolgar bastante. Um exemplo é quando o Esquadrão luta pela primeira vez contra o exército dos vilões (que parecem aqueles grupos de Drones genéricos que os Power Rangers enfrentavam todo episódio, diga-se de passagem) e começa a tocar Paranoid, do Black Sabbath. Os primeiros acordes da guitarra chegam a arrepiar os cabelos do braço.

Finished with my woman cause she
couldn't help me with my mind...

Enfim, Esquadrão Suicida é um filme de sessão da tarde. É dispensável, seu roteiro é previsível, cheio de clichês e não empolga, e seus personagens são bastante desperdiçados. O que posso dizer a seu favor é que ao menos o filme não é chato de assistir nem arrastado. Recomendado apenas se você não tem nada de bom pra fazer e quer desligar o cérebro por um período de uma hora e meia a duas horas. Do contrário, passe longe, pois não encontrará quase nada para gostar aqui. Ganha nota 3.

E por hoje é isso. Já sabem: se gostarem do blog divulguem nas redes sociais e entre os amigos, sigam, comentem e curtam a página no facebook. Também lembrem de acessar o blog parceiro, cujo banner está aqui ao lado.

Adeus e vejo vocês em outubro!




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