terça-feira, 31 de maio de 2016

Pipocão: Batman VS Superman: A Origem da Justiça e Capitão América: Guerra Civil


Oi, pessoal!  Tudo bom com vocês?  Depois de vencer a preguiça infinita que segue a produção de cada artigo, eu finalmente resolvi iniciar essa categoria de posts. Explicando melhor, “Pipocão” é o nome que eu dei a uma série de artigos em que eu analiso lançamentos do cinema recentes que eu tenha conseguido assistir, muitas vezes mais de um ao mesmo tempo, para não entupir demais o blog com o mesmo tipo de artigo. Aliás, já era pra eu ter começado com isso ano passado, quando eu tinha feito análises de Jurassic World e Exterminador do Futuro: Gênesis. Mas acabou que não terminei os artigos e nem consegui assistir Homem Formiga (cuja análise iria junto aos outros dois) a tempo. Agora eu finalmente venci a preguiça e vou começar com isso.
E sim, eu sei que o nome é estúpido, mas foi o primeiro que me veio à cabeça e eu pensei: “por que não?” Doravante, será esse o título.

Também gostaria de lembrá-los que não sou nenhum especialista em cinema. Sou só um desocupado (bom, não tanto quanto eu queria, mas mesmo assim) que gosta de filmes de heróis e decidiu dar sua própria opinião. Tenham sempre isso em mente antes de se dirigir aos comentários cheios de ódio no coração.

1-Batman VS Superman:



Esse é talvez um dos filmes mais esperados de todos, e tem causado muita polêmica. Muita gente gostou, muita gente odiou, e temos, como sempre, muitos fanboys se manifestando, o que é inevitável. Eu fui ver o filme com todo esse conflito na cabeça, tentando entender o motivo de toda essa controvérsia.

Então, AVANTE, VINGADORES!

Muito bem então, comecemos pelo mais importante: a história.
Pra falar a verdade, eu sei que todo mundo já sabe qual a história do filme, mas pode ser que um de vocês tenha saído ontem de uma caverna ou esteve envolvido em guerras no oriente médio nos últimos dois anos, então vou atualizá-los aqui.

Batman vs Superman começa de onde Homem de Aço (o primeiro filme do Universo Cinematográfico DC) termina. A destruição causada na batalha entre Superman e os outros kryptonianos deixou severas consequências e muitos mortos e feridos. As opiniões estão divididas, seja na população, no governo ou na mídia: alguns acham que o kryptoniano é um herói, enquanto outros defendem que ele é perigoso e que boa parte da destruição de metrópolis foi causada por suas ações. Entre estes discordantes está Bruce Wayne, que passa a encarar o herói como uma ameaça depois da morte de um grupo de seus funcionários em Metropolis. Ele decide, então que superman deve ser detido a qualquer custo, e assume mais uma vez a persona do Batman para detê-lo. Enquanto isso, Lex Luthor realiza seus planos nas sombras, com nefastos objetivos em mente.

Primeiramente, o roteiro por si só não se sustenta muito bem. É muito arrastado, confuso e cheio de cenas e subplots desnecessários. A edição bizarra do filme também não ajuda, com as cenas unidas de um jeito desconexo, que torna difícil compreender a sequência dos acontecimentos e torna a progressão da história confusa. O filme tenta se distanciar da concorrência tentando ser um filme “sério” e “dark” e “realista”, o que seria uma coisa boa, pois a DC DEVE encontrar seu próprio estilo e se distanciar dos filmes já existentes, mas o filme acaba exagerando por várias vezes, distanciando-se demais do que costumamos ver dos personagens nos quadrinhos e entregando um roteiro forçado e muitas vezes cansativo.

E, em minha opinião, é besteira ficar buscando “realismo” em filme de super herói. Se eu quisesse realismo, ia assistir A Lista de Schindler. Claro, isso é opinião pessoal. Se o realismo no filme é uma coisa boa ou ruim, vai de cada um.

Como todos sabemos, esse filme tem a proposta de introduzir muitos elementos chave do universo cinematográfico da DC, mas uma de suas maiores falhas é justamente nesse aspecto. Na pressa de introduzir seu universo cinematográfico, a DC tentou enfiar coisa demais na história. Eles tentam estabelecer um universo, mas a história é tão carregada que os personagens parecem não ter tempo de se desenvolver e a história vai do nada a lugar algum, e acontecem coisas que deveriam ter sido deixadas mais para a frente, como, por exemplo, a aparição de Apocalipse, que deveria ser deixado para os filmes da liga, ou o final do filme, que não vou contar aqui pra não dar spoiler aos que ainda não assistiram.

E nem falo nada sobre o jeito preguiçoso como introduziram a liga da justiça.

-Um homem grande com armadura. Sem isso, você é o quê?
-Gênio, bilionário, playboy, filantropo...

A caracterização dos personagens me deixou dividido: em alguns casos, eu adorei e em outros, realmente odiei, então vou falar mais detalhadamente sobre, para que fique mais claro.

Primeiramente, o Superman não me agradou. Durante todo o filme ele parece confuso e perdido, sem motivação alguma, e eu até acho que isso seria legal em um Homem de Aço 2, mas num filme em que ele tem uma disputa não só física, como também ideológica com um personagem que está mais que determinado a derrubá-lo, acho importante ele já ter confiança em sua motivação. A falta de expressão do Henry Cavill também atrapalha, apesar de eu achar que isso é mais por culpa do roteiro. Enfim, eu não consegui me importar com esse superman sem rumo.

E claro, o Lex Luthor.

Meu deus, o que fez eles pensarem que isso era uma boa ideia?
Acho que nem preciso dizer muito. Não só o personagem é extremamente caricato e destoa demais não só do tom do filme, mas também do personagem original dos quadrinhos, como tem praticamente zero motivação. O filme simplesmente não se preocupa em explicar por que ele odeia tanto o super. Ele mais parece aqueles adolescentes emo revoltadinhos, que ficam bancando os rebeldes sem motivo e se acham os tais.

E nem me venham com esse papo de “Ah, não é o verdadeiro Lex, é o filho dele!”. Isso é uma desculpa preguiçosa dos produtores para tentar justificar essa abominação.

E o apocalipse também é decepcionante. Não só teve uma origem totalmente ridícula e confusa, como também não representou metade da ameaça que deveria. Eu acho que ele deveria ter sido guardado para os filmes mais à frente, em vez de ser reduzido a um boss final de videogame.

E tem o caso do Batman.

Por um lado, eu adorei a atuação do Ben Affleck. Finalmente temos um Batman que realmente mete medo nos adversários e que sabe brigar, além de ser ótimo vê-lo fazendo trabalho de detetive. Por outro, não gostei do fato de que, aqui, Batman, mata.

E COMO mata.

Agora, eu não sou totalmente contra um Batman matador. Afinal, ele já matou em momentos extremos, até mesmo em Batman Begins, quando ele deixa Ra’s Al Ghul para morrer. Além disso, o Batman desse universo está mais velho e calejado, e sabemos que um Robin já morreu, então faria sentido que ele adotasse métodos mais extremos. No entanto, eu achei exagerado o modo como retrataram isso. Aqui, o vemos JOGANDO CARROS NOS BANDIDOS, só pra se ter uma ideia. Parece que tentaram tornar o personagem mais “adulto”, brutalizando-o até um ponto em que ele é quase um Frank Castle da vida. Claro, nada disso é culpa de Affleck. Ele realmente é o Batman definitivo e, sinceramente, mal posso esperar pra ver mais dele no cinema. Além disso, a questão da matança pode não incomodar todo mundo. Vai de cada um, mas pessoalmente, não me agradou.

Meu nome é Bruce Wayne. Meu mundo é fogo e sangue...

A Mulher-Maravilha de Gal Gadot também é outro ponto muito positivo. Gadot mais do que mostrou que está apta a interpretar a personagem, demonstrando sua imponência e poder em todos os momentos que aparece, desde os momentos mais casuais com Bruce Wayne até a grande batalha final contra o apocalipse. E finalizando a área dos personagens, o Alfred de Jeremy Irons também é outra grata surpresa. A relação entre ele e Bruce Wayne é muito crível e o ator consegue transmitir toda a seriedade e dedicação, e também o sarcasmo do personagem muito bem.

As cenas de ação são muito boas. Quando Batman e Superman finalmente vão às vias de fato, é incrível. As cenas em que batman enfrenta os bandidos no mano a mano também são incríveis, lembrando muito o estilo de luta da série de jogos Arkham, e a luta da trindade contra apocalipse é tudo o que boa parte dos fãs da DC sempre quiseram ver no cinema. O filme também apresenta uma boa quantidade de referências aos quadrinhos, podendo se tornar uma divertida caça ao tesouro Pra quem gosta de procurar referências.

Se eles ao menos tivessem esperado
por mais alguns filmes...


Para finalizar esta crítica, digo que Batman VS Superman foi feito muito cedo. Na pressa de fazer em dois filmes o que a Marvel precisou de seis para fazer, eles tacaram muitos personagens e conflitos no filme, que ficou tão cheio que não teve espaço para realmente desenvolver quase nada. Na minha opinião, esse filme deveria ter sido deixado mais para frente. Como a Marvel, a Dc deveria ter inserido os heróis e vilões aos poucos, Um filme da mulher Maravilha aqui, um Homem de Aço 2 ali, até que chegássemos a Batman VS Superman, que, com um universo e personagens já estabelecidos, teria sido bem menos cheio e cansativo.

“Ah, mas você só fica comparando com a Marvel! Você é Fanboy!”.

Não, eu não estou comparando qualidade (até porque há filmes da Marvel que são tragédias maiores que Columbine. Veja homem de ferro 3, por exemplo), estou falando de construção de universo, e de como a DC devia ter sido mais paciente, em vez de correr com toda sede ao pote. O que quero dizer é que a Marvel, com todas as suas falhas, construiu seu universo aos poucos, de forma planejada, e conseguiu entregar 
filmes de boa qualidade.

No fim das contas, esse é, quando muito, um filme mediano, possuindo muitas falhas que não se podem deixar passar. Uma história mal-desenvolvida, que não tem tempo de se desenvolver e que vai do nada a lugar algum, a má caracterização de alguns personagens e péssimos vilões. Contudo, alguns momentos fazem valer a pena a seção, e quando os personagens são bem representados eles realmente ficam ótimos.
Eu daria nota cinco de dez. Se você só quer ver os personagens brigando ou o visual do filme te agrada, pode ser que goste. Mas se você quer ver um universo sendo bem estabelecido e um conflito bem justificado com uma boa história, não vai encontrar aqui. Pessoalmente, acho que seria melhor esperar sair o blu-ray, que trará algumas cenas deletadas, e ver se isso conserta algumas falhas ou caga ainda mais no filme.

Bem, é isso. Próximo!



2-Capitão América: Guerra Civil



Bem, parece que a treta entre heróis ainda não terminou por hoje. Já que BVS não correspondeu devidamente a nossas expectativas, vejamos o que a distinta concorrência tem a oferecer.

Em Capitão América: Guerra Civil, as consequências de tantos conflitos entre superseres começam a vir à tona. Após uma operação má sucedida na Nigéria, que causou a morte de civis, os super heróis se veem diante de uma situação complicada quando surgem os acordos de Sokóvia, que tem o intuito de passar o controle das ações super-heróicas á ONU, mas divergências surgem, pois nem todos concordam com o tratado. As coisas pioram quando Bucky Barnes, o Soldado Invernal, passa a ser procurado por supostamente ter sido responsável por um atentado terrorista que mata diversos líderes mundiais. O Capitão o encontra, mas se recusa a entregar seu amigo, o que acaba sendo a gota d’água que divide os super-heróis em duas facções, uma liderada pelo Capitão e outra pelo Homem de Ferro, e as coloca em conflito.
O filme é dirigido pelos mesmos caras que dirigiram O Soldado Invernal, Anthony e Joe Russo, então espera-se que o filme tenha mantido a qualidade de seu antecessor, e foi exatamente o que aconteceu. Temos um filme com uma trama sólida e que se sustenta, com confrontos épicos e momentos de humor bem dosados, apesar de um pouco mais exagerados aqui do que no longa anterior. Se o Soldado Invernal é melhor ou não, vai de cada um.

A história é bem satisfatória. A trama é bastante sólida e bem construída, mostrando até onde as ações e discordâncias dos filmes anteriores levaram. Apesar do foco do filme ser em Rogers e Stark, cada personagem tem tempo de se desenvolver e tem alguma importância para a trama. Os personagens antigos continuam excelentes e os novos foram introduzidos de maneira excepcional e nos deixam bastante ansiosos por seus filmes solo.

É importante avisar que este filme não é uma adaptação 100 % fiel ao quadrinho original. Em vez disso, ele constrói uma trama própria, utilizando alguns elementos do quadrinho e adaptando alguns momentos chave de maneira que encaixem melhor no filme. Mas não espere ver cada momento do quadrinho fielmente reproduzido na tela, pois não é o que irá encontrar.

Claro, é importante falar sobre os personagens. Os personagens que já foram introduzidos a mais tempo, como gavião arqueiro e máquina de combate, continuam bons como sempre e os que foram introduzidos mais recentemente, como feiticeira escarlate, visão e homem-formiga recebem mais atenção e desenvolvimento. Surgiu um clima bem legal entre a feiticeira e o visão, e a participação do homem-formiga é um tanto curta, mas muito divertida. Ele nos faz rir em quase todo momento em que aparece na tela.

Claro que não posso deixar de falar dos novos personagens, começando pelo pantera negra. Ele é um dos melhores personagens do filme. Ele é extremamente habilidoso e é incrível em todas as cenas que aparece, e Chadwick Boseman está muito bem no papel. Se ele continuar assim, seu filme tem tudo para ser um dos melhores da casa das ideias.

Batman africano é o cacete, ok?
E, claro, o homem-aranha.

Sua participação é a mais curta, mas uma das melhores, senão a melhor. Ao lado do homem-formiga, ele é um dos personagens mais engraçados do filme, e quase todas as cenas em que aparece são hilárias. E o ator Tom Holland conseguiu fazer um grande trabalho com o pouco tempo de tela que teve. Não só incorporou muita bem a personalidade brincalhona do personagem, como também podemos ver um pouco da responsabilidade e culpa que são aspectos igualmente importantes para o aranha. É cedo para dizer, mas Holland é bastante promissor e, com o tempo, talvez venha a se tornar o melhor homem aranha do cinema.

Tá vendo, sony? TÁ VENDO? é ASSIM que
se faz um homem aranha decente!
Infelizmente, Zemo (ainda não podemos chamá-lo de barão), o vilão, deixa a desejar.
Veja bem, eu não odiei o personagem. O ator Daniel Bruhl estava bastante convincente e até que ele conseguiu ser uma ameaça maior do que a maioria dos vilões da editora, mas acho que o personagem se distanciou demais dos quadrinhos. Não vou entrar em detalhes sobre isso para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu, mas achei que sua motivação foi destoante demais da do personagem original. Além disso, o filme poderia ter se virado sem ele. Acho que a Marvel pode ter perdido a oportunidade de introduzir um vilão espetacular.

Tenho que falar sobre o final do filme (mas não se preocupe, sem spoilers). Apesar de ter sido bom o jeito como as coisas culminaram, achei um tanto estranho o homem de ferro ignorar o vilão que estava tão perto e decidir, em vez de capturá-lo, enfrentar o capitão América. Claro, uma revelação bastante chocante foi feita a Stark, mas mesmo assim, foi um tanto estranho. Apesar disso, acho que o filme termina de um modo bastante satisfatório e constrói terreno para os próximos filmes.

Em resumo, Capitão América: Guerra Civil é um filme muito bom. A trama se sustenta sozinha, apesar das falhas, os personagens são excelentes, os personagens novos são muito bem introduzidos e, acima de tudo, o filme é muito divertido. Talvez não supere Soldado Invernal para alguns, mas isso não interfere em sua qualidade. Eu daria nota oito, pois as falhas do filme não chegam a arruinar a experiência. É bastante recomendável, mas não vá assistir esperando uma reprodução fiel do quadrinho homônimo, pois não é isso que irá encontrar.

Bem, por hoje é isso. Se você gostou do blog, divulgue entre os amigos, compartilhe nas redes sociais e torne o blog conhecido. Não se esqueça de comentar, mas o faça de maneira educada, sem ofender ou causar briga nos comentários. Também curta a página no facebook.

Até a próxima!