E hoje vamos falar sobre um game DUCARALHU! Splatterhouse!
Para quem não conhece, Splatterhouse é uma série de games
side scroller e Beat’em up com tema de terror gore e que nasceu nos arcades em
1988, desenvolvido pela Namco, no japão. O primeiro game foi portado deste lado
do mundo para o turbografix 16 (console norte-americano que eu imagino que a
maioria de vocês não conheça), mas a série alcançou a fama por aqui com o segundo
e terceiro jogos, que saíram direto para o mega drive em 1992 e
1993, respectivamente. A série estava jogada de lado pela Namco até que em 2007
foi anunciada a produção de um novo splatterhouse, que foi lançado em 2010.
Agora, vocês podem estar se perguntando porque eu estou
fazendo uma review de um game que levou um tempo considerável para ser
produzido e foi lançado cinco anos atrás? Simples: porque eu acho que o game sofreu muita injustiça.
Acham que estou exagerando? pois vejamos então.
Ah, e antes de começar, quero deixar claro que boa parte
dessa análise vem da minha opinião após ter jogado. Então, se discordar de
alguma coisa, mostre sua opinião nos comentários de forma racional, sem
xingamentos ou ofensas. E peço que vocês me avisem e corrijam sobre qualquer
informação errada que eu passe nesse texto, para que eu possa corrigi-lo
futuramente.
Então, sem mais delongas, aí vamos nós.
O conceito da história é simples e nada surpreendente para
quem é fã de longa data da franquia: Rick Taylor (o protagonista do game) e sua
namorada Jennifer Willis vão à mansão do Dr. Henry West, um especialista em
“Necrobiologia”, para fazer uma entrevista com ele para a universidade. Ao
chegarem lá, Rick é atacado pelos monstros de West e deixado para morrer,
enquanto Jennifer é levada. Estripado e morrendo, Rick ouve uma voz que vem de
uma estranha máscara que ele derrubou de um sarcofago acidentalmente. A máscara
lhe diz que pode lhe dar o poder necessário para salvar Jennifer se ele confiar
nela e a vestir. Sem escolha, Rick veste a máscara e se torna um bruto de músculo puro, e parte para salvar Jennifer.
Para os iniciados ou que não conheçam a franquia, a história
pode parecer vaga e desinteressante de início, mas ela expande e fica melhor à
medida que avançamos no game. A história é contada através de flashbacks de
Rick e diálogos dele com a máscara, e através deles descobrimos as respostas
para muitas questões que surgem ao longo do jogo, por exemplo: O que aconteceu
na noite em que Rick e Jennifer foram à mansão, de onde a máscara veio e quais
são seus verdadeiros objetivos, o que aconteceu ao Dr. West no passado e a quem
ele realmente serve, entre outras. Além
disso, também há gramofones espalhados pelas fases e páginas desbloqueáveis do
diário de West (dos quais falarei mais daqui à pouco), que complementam e dão
suporte à narrativa. Além de tudo isso, a história é razoavelmente complexa e
pode deixar algumas dúvidas na cabeça dos jogadores, principalmente no final. Outra
coisa muito legal na história é que ela possui um forte tema lovecraftiano, e
muitos elementos chave dos livros de lovecraft, como o necronomicon, a cidade
de arkham e a universidade miskatonic, os Deep Ones e até mesmo Cthulhu e os
Grandes Antigos são vistos ou mencionados aqui. Os fãs do escritor com certeza
vão adorar o número absurdo de referências sobre suas histórias.
Se a história é ótima, isso é em grande parte por causa de
seus personagens. Há apenas Rick, Jennifer, A máscara e o Dr West, mas todos
são muito bem desenvolvidos e ajudam a dar andamento há história. O astro é sem
dúvida a máscara do terror, que é um espírio boca suja, maldoso e sedento de
sangue. Ao longo do game, ele solta varias pérolas, insuta Tanto Rick quanto os
inimigos do jogo e parece aproveitar ao máximo toda a violência e atrocidade ao
seu redor, enquanto possui objetivos que só serão explicados ao final do game.
Mas os outros personagens não ficam atrás. Rick e Jennifer tem um relacionamento
bastante crível, apesar de serem tanto esteticamente compatíveis. Até o fim do
jogo você realmente acredita que eles se importam muito um com o outro e passa
a se importar com eles também. E é interessante o modo como Rick reage à
situação ao seu redor e aos atos inumanos que tem de cometer. Ele tenta
permanecer humano e nega estar aproveitando a violência, além de resistir ás
tentações da máscara. No entanto, em alguns momentos ele parece se divertir
bastante ao matar e desmembrar monstros impiedosamente. Quanto ao doutor West,
ele pode parece um cientista louco genérico de primeira, mas ao longo da
história suas motivações são explicadas em diários e gravações, o que o torna
um personagem bem mais crível e profundo do que imaginávamos.
E muito disso se deve ao incrível trabalho de dublagem
presente no jogo. Jim Cummings brilha como a máscara do terror dando ao monstro
a personalidade violenta e desagradavel que tanto amamos, e Josh Keaton também
faz um ótimo trabalho com Rick, dando uma enorme gama de emoções ao rapaz.
Shanelle Gray e Richard Doyle também fazem um ótimo trabalho com Jennifer e
West. E temos Fred Tatasciore na dublagem dos monstros! O que poderia ser
melhor que isso?
O jogo também traz uma alta quantidade de conteúdo extra e
melhor, sem DLC, tudo desbloqueável no
próprio disco. Podemos encontrar colecionáveis como os já mencionados
gramofones e pedaços de fotos de Jennifer (Sobre as quais digo apenas que você
não vai precisar procurar hentai na internet mais tarde). À medida em que
progredimos no game, desbloqueamos as já mencionadas páginas do diário, Arenas de sobrevivência (seis ao todo) nas quais podemos por em prática nossas
habilidades dizimando hordas de aberrações e o melhor de tudo, podemos
desbloquear OS TRÊS GAMES COMPLETOS DA SÉRIE ORIGINAL, COBERTOS DE GLÓRIA E
VIOLÊNCIA!
Sim! Esse é o momento de você finalmente terminar um Side scroller das antigas e se tornar UM HOMEM!
UM HOMEM, EU DIGO!
Aliás, devo dizer que faz tempo que não vejo tão bom uso de
colecionáveis num jogo. Pois, diferente de outros games onde colecionáveis são
dificílimos de achar e não rendem quase nada de recompensa para o jogador,
esses colecionáveis não são muito difíceis de achar ou desbloquear e se
convertem em ótimas recompensas que aumentam nossa experiência de jogo.
E se acham que estou reclamando à toa, me diga que recompensa você ganhou depois de achar todas as
COG tags em gears of war ou as bandeiras de assassin’s creed.
Também tiro meu chapéu para a Namco, que teve as bolas de
incluir conteúdo extra num jogo sem cobrar por eles, em um mundo onde cada vez
mais as empresas nos fazem pagar por conteúdo extra sem qualidade ou que às
vezes JÁ ESTÁ NO DISCO!
SIM, CAPCOM! É COM VOCÊ MESMO QUE ESTOU FALANDO!
Enfim, é bom ver que algumas empresas ainda respeitam os
consumidores em vez de cagar na cabeça deles e esperar que aceitem. Parabéns,
Namco! Você merece um grande abraço!
As mecânicas são bastante simples. Rick pode correr, pular, bloquear, rolar e e dar golpes fortes e fracos. O combate é simples mas satisfatório.
Você tem basicamente ataques fortes e fracos, mas pode ampliar suas habilidades
comprando power ups em troca de sangue. Além dos golpes, Rick também pode usar
armas, como canos, cutelos, motosserras e UMA GODDAM
SHOTGUN! Essas armas garantem certa vantagem sobre os inimigos, mas quebram
com tempo. Rick pode acumular sangue dos inimigos, que
funciona como dinheiro para a compra de power ups e ativa os movimentos especiais,
que são: Splatter Siphoon, uma espécie de filtro que recarrega a saúde de Rick
com o sangue dos inimigos, Splatter slash, duas lâminas que saem dos braços de
Rick, splatter smash, que um golpe que esmaga os inimigos e cria espinhos de
ossos que causam dano, e por último e mais importante, o modo Berserker, que
transforma Rick numa besta ainda maior e mais destrutiva e quase impossível de
ser derrubada. Esse modo dura um tempo determinado, então você deve usá-lo
sabiamente.
Se a coisa ficar feia, é só virar um monstro ainda maior e descer o cacete em todo mundo. |
Há também alguns segmentos do jogo em 2D, que podem parecer
incomodos para quem nunca teve contato com essa jogabilidade de ínicio, mas que
se tornam bastante divertidas quando se pega o jeito. Também são um alívio
necessário da ação e que ajudam o game a fluir.
A trilha sonora é matadora. Rock do melhor e
do mais pesado toca durante as batalhas, de bandas como ASG, Municipal Waste,
Goatwhore, Lamb of god e Five Finger Death Punch, te enchendo de adrenalina e
aumentando ainda mais a ação. E eu garanto que em algum momento você vai se
pegar cantarolando a música que toca durante os créditos finais.
Apesar disso, o game tem alguns problemas que não estragam a
diversão, mas atrapalham às vezes. O
pior são as telas de Loading. São longas e irritantes e ocorrem sempre que você
morre ou muda de cenário. E há partes o jogo em que você deve pular para
alcançar um deterinado ponto. O problema é que o jogo não explica muito como
você deve pular, e em alguns momentos você sequer entende que precisa pular. O
pior é que nessas partes tudo geralmente está desmoronando mais rápido do que
você consegue entender o que está acontecendo, o que causa muitas mortes.
Juntes dois pontos que realmente atrapalham a aventura e temos um grande problema
em mãos.
Há também alguns pequenos glitches e bugs no áudio e animação, que costumam acontecer na cutscenes. Apesar de não serem frequentes, são um tanto incomodas quando acontecem.
Há também alguns pequenos glitches e bugs no áudio e animação, que costumam acontecer na cutscenes. Apesar de não serem frequentes, são um tanto incomodas quando acontecem.
Além de tudo isso, temos uma variação pequena de inimigos, e
os Splatter Kills, que são finalizações sangrentas ao melhor estilo fatality,
apesar de parecerem sangrentas e incríveis de início, se tornam repetitivas com
o tempo, e não empolgam muito mais. Não estou dizendo que não sejam legais,
apenas a falta de variação foi que deixou a desejar.
Parece legal, mas vai ficar repetitivo bem rápido. |
Apesar disso, a crítica “especializada” apresentou problemas
como câmera ruim, queda na taxa de quadros, jogabilidade
repetitiva e outros problemas que SIMPLESMENTE NÃO ESTAVAM ALI! Eu não notei
nada disso no jogo, e olha que já zerei três vezes!
Outro ponto a acrescentar é que o jogo é curto. Isso não é
ruim, na verdade, pois impede que o jogo vá muito além do que deveria e se
torne enjoativo, mas deixa um gostinho de quero mais. Se isso é realmente um problema ou não, vai de cada um.
Enfim, isso era tudo que eu tinha para falar sobre o game.
Apesar de suas falhas, Splatterhouse é um game ótimo e muito divertido, e seu
conteúdo extra, além de gratuito, ainda amplia sua vida útil, mas tudo isso simplesmente passou
voando nas cabeças dos críticos, que provavelmente jogaram o jogo por meia hora
até cansarem de jogar um título que, em sua opinião, é “inferior”, e cuspiram
críticas injustas que impediram um ótimo jogo de conseguir a fama e a venda que
mereciam.
Ou talvez a Namco tenha esquecido de suborná-los. Sei lá.
Não estou dizendo que o jogo é perfeito, pois ele tem vários defeitos que atrapalham a diversão de tempos em tempos. Mas é que me dá raiva ver um jogo perfeitamente decente ser tão cuspido
e escarrado por imbecis que se dizem profissionais quando na verdade não
entendem merda nenhuma sobre o que estão dizendo. Me irritei um bocado aqui, mas
acho que me fiz entender.
Enfim, dou a Splatterhouse uma nota 8,5. O game possui
alguns problemas que atrapalham a diversão, mas é um ótimo título de ação que
definitivamente merece uma chance. E hoje em dia, não é encontrado a preços tão
altos. Então, meu conselho é: dê uma chance ao jogo, pois ele merece bem mais
amor do que recebeu.
E se você busca um título de ação violento, divertido e descompromissado, vai na fé!
E se você busca um título de ação violento, divertido e descompromissado, vai na fé!
Mas fique longe desse jogo se você não curte jogos de ação,
gore ou nudismo.
Bem, por enquanto é isso. Obrigado por ler e, se gostou do
blog, siga e divulgue nas redes sociais, e comente aí embaixo também.
Até a próxima!
Fontes:
Happy Video
Game Nerd (atualmente Stop Skeletons From fighting): https://www.youtube.com/watch?v=lpVmk9Hi-ek
Splatterhouse wiki: http://splatterhouse.wikia.com/wiki/Splatterhouse_Wiki