sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Review: Bubba Ho-Tep



Continuando a temporada de Halloween, hoje eu trago a vocês mais uma review. E esta é especial, pois o filme sobre o qual falaremos hoje é algo diferente, uma daquelas pérolas originais que se tornam cada vez mais raras com o passar dos anos. Com vocês, Bubba Ho-Tep.

Enquanto muitos de vocês com certeza estejam coçando a cabeça sobre esse filme, alguns devem estar familiarizados com o trabalho de seu diretor. O filme é dirigido por Don Coscarelli, Mente por trás de muitas pérolas do trash, sendo seu mais conhecido trabalho a saga Phantasm (sobre a qual também falarei um dia). Se está familiarizado com seu trabalho, já deve saber que Coscarelli é uma mente bastante criativa, que, com os recursos corretos, é capaz de transformar o filme com piores efeitos especiais e roteiro mais bisonho numa obra prima, e aqui não é diferente. Dito isto, vamos dar uma olhada no enredo primeiro.


O filme conta a história de Elvis Presley (Bruce Campbell), que, cansado da fama, troca de identidade com o dublê de Elvis, Sebastian Haff. No entanto, este acaba por morrer e Elvis acaba sofrendo um acidente e fraturando a bacia, o que o deixa preso num asilo e à identidade de Sebastian Haff pelo resto da vida. Hoje, velho, acabado e com um tumor no pinto, seu único amigo é Jack (Ossie Davis), um residente do asilo que diz ser o presidente John  F. Kennedy, e que teria tido o cérebro transplantado a um novo corpo antes de sua morte. A paz no asilo é quebrada quando ambos descobrem que uma antiga múmia está se alimentando das almas dos habitantes do asilo. Agora, ambos devem unir suas forças para deter a criatura desmorta se quiserem salvar seu novo lar e seus amigos.

O enredo, apesar de parecer uma coisa bisonha e sem sentido, é muito bem executado. O filme não se leva a sério na maior parte do tempo e temos cenas hilárias, como a luta de Elvis contra um escaravelho gigante ou as cenas com a enfermeira. Claro que o jeito canastrão de Bruce Campbell colabora muito para o efeito humorístico de tais cenas. Contudo, o filme apresenta momentos mais sérios, a maioria sendo reflexões de Elvis sobre sua vida. Apesar de parecerem um pouco arrastados e deslocados às vezes, são bem executados e colaboram bastante com o desenvolvimento de personagens. Ah, e tem o final, que vai te provocar algumas lagrimas de canto de olho e um nariz vermelho, que você vai dizer para os amigos com quem está assistindo um filme que é um cisco no olho ou alergia, pois ai de você se demonstrar que ficou sentimental com um filme de horror/comédia trash.

Bando de inseguro.

Em que outro filme você poderia ver um Elvis Presley da
terceira idade bancando o Bruce Lee pra cima de um esca-
ravelho? tem coisas que só os filmes trash fazem por você.


Um dos pontos fortes do filme é a atuação. Temos pouquíssimos personagens e, destes, poucos recebem tanta atenção ou aprofundamento, e a maior parte no filme é centrada em Elvis e Jack. Apesar disso, os atores estão muito bem em seus papéis. Bruce Campbell mostra aqui uma de suas melhores atuações, dando uma personalidade bastante vasta e relacionável. Ao mesmo tempo em que é um velho cansado, abatido e amargo, no fundo ele é uma boa pessoa, que se arrepende dos erros que cometeu durante a vida e está disposto a tudo para compensá-los. Claro que temos aqui seu jeito canastrão, que nos brinda com algumas cenas realmente hilárias. Ossie Davis também está ótimo como Jack. De certa forma, ele é como aquele seu avô ou bisavô que tem Alzheimer e que já está tão mal da cabeça que mal consegue lembrar de não calçar as meias pela cabeça, pois apesar das trapalhadas dele, ele não deixa de ser adorável. Ele tem tanta convicção em sua crença de que é JFK, que não conseguimos dizer se ele diz a verdade ou se está apenas maluco. Ele também se torna uma espécie de guia para Elvis, trazendo-o de volta ao caminho certo quando seu egoísmo o distancia do mundo.. O design da criatura em si é interessante, misturando uma múmia com roupas de cowboy do Texas. A múmia é interpretada por Bob Huskins, que, apesar de aparecer muito pouco diretamente, faz um bom trabalho em todas as suas cenas.

"o que vamos fazer hoje, Elvis?"
"O mesmo que fazemos todo dia, Jack: comer aveia, peidar
 e reclamar do PT".


A trilha sonora é outro ponto forte do filme. Bryan Tyler faz um ótimo trabalho e cada trilha transmite muito bem a emoção de sua respectiva cena. A música que toca no fina o torna ainda mais tocante e eu tenho certeza que em algum momento você se pegará cantarolando a trilha dos créditos finais.

Resumindo, Bubba Ho-Tep é uma peça rara. É um filme que, apesar de sua simplicidade, consegue ser bastante memorável e ter um toque próprio, uma coisa original. Com um ótimo elenco, uma história muito boa para os padrões de um filme trash e o toque do diretor Don Coscarelli, esse com certeza é um filme que vale a pena assistir. Se você procura algo diferente no gênero para assistir nessa época do ano, esse com certeza é uma boa pedida.

Ah! o filme também gerou algumas figuras de ação bem legais, feitas pela NECA, que você pode ver abaixo.


Porque nada é melhor do que colecionáveis caros e
desnecessários. Viva o capitalismo! viva
a cultura norte americana! viva Ronald Reagan!

Vocês podem assistir o filme abaixo:


por enquanto é só. Se gostou, não deixe de comentar e divulgar o blog, e curta nossa página no facebook .

Até a próxima.

2 comentários:

  1. Parece que acabei de achar o filme de comédia e terror que eu queria. kkk Vou salvar aqui para ver depois.

    Bom, não dá para dizer muito sobre um blog lendo apenas dois textos dele (pulei os primeiros, esses me interessaram mais por tratarem de terror), mas, se os outros posts tiverem a mesma qualidade, você está muito bem. Boa escrita, texto fluído... Bem legal. Acredito que se você fizer um bom trabalho de divulgação vai conseguir um bom número de leitores.

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  2. Hey, dude! Brigado pela visita e pelos elogios! se puder, dá uma olhada nos outros textos do mês de outubro, que é todo focado em terror. Confere também a review de splatterhouse, do mês de setembro, que eu acho q você vai curtir.

    Abração!

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